segunda-feira, 9 de agosto de 2010






Silas deixa o Grêmio com um título estadual e 64% de aproveitamento – 25 vitórias, oito empates e dez derrotas. Números bem razoáveis para pouco mais de sete meses de trabalho.

Mas o fato é que em nenhum momento o técnico conseguiu combinar padrão de jogo e regularidade na equipe gaúcha e, também por isso, não inspirava confiança em dirigentes e torcedores. Viveu seus melhores momentos nas 15 vitórias consecutivas entre fevereiro e abril e na conquista regional emendada com a boa campanha na Copa do Brasil, mas a eliminação para o Santos na semifinal após uma épica virada no Olímpico desarticulou todo o clube e atrapalhou o ainda inexperiente comandante.

A parada para a Copa pouco adiantou e o tricolor continuou perdido, acumulando oito jogos oficiais sem vitórias – sete pelo Brasileirão e o empate em 1 a 1 com o Goiás pela Sul-Americana. No revés em casa que decretou a demissão do treinador, o Grêmio repetiu velhos erros e nem os muitos desfalques – Victor, Mario Fernandes, Hugo, Borges e Jonas – podem justificar tamanha desorganização que facilitou o trabalho do líder do campeonato.

O 3-4-1-2 do primeiro tempo naufragou pela pouca inspiração de Douglas na articulação, a incipiência da dupla de ataque reserva, a marcação frouxa de Ferdinando e Adílson no meio-campo, o posicionamento confuso de William Magrão na sobra da zaga e, principalmente, a lentidão de Rodrigo na cobertura de Fábio Santos pela esquerda. O time só funcionava pela direita com as descidas perigosas de Maylson, meia improvisado na ala, e a aproximação de Roberson.

O Flu de Muricy, armado no mesmo sistema de jogo que o adversário, descobriu rapidamente no lado direito uma verdadeira passarela para atacar e, depois de abrir o placar com a cobrança de falta de Mariano que desviou na canela de André Lima e saiu do alcance de Marcelo Groher, criou nada menos que quatro grandes oportunidades pelo setor e ampliou com Emerson driblando Grohe após falha de Magrão na cobertura.

















Primeiro tempo: times no 3-4-1-2 e Flu deitando e rolando pela direita com Mariano e Emerson voando às costas de Fábio Santos para cima de Rodrigo.
Silas trocou Adilson por Souza no intervalo, empurrou Magrão para o meio e soltou o time na segunda etapa num 4-2-2-2 pouco funcional que só se impôs pela fibra gaúcha e a indigência ofensiva do time visitante após a saída de Emerson, contundido.

Muricy arriscou Rodriguinho, que nada produziu. Com a injusta expulsão de Fernando Bob – exagero da arbitragem de Wilton Pereira Sampaio na aplicação dos dois amarelos, a entrada de Marquinho na vaga do próprio Rodriguinho deixou o Flu sem velocidade nos contragolpes, apenas com Washington à frente. Ainda assim, teve duas boas chances com o camisa 9, mas o rosto de Rodrigo e a trave salvaram a equipe mandante

Na segunda etapa, o ousado 4-2-2-2 funcionou mais pela fibra gremista e o recuo excessivo do Flu, que no 3-4-1-1 após a injusta expulsão de Fernando, segurou a pressão e ainda teve duas boas chances com Washington.
Desorganizado, mas com a persistência que parece impregnada na camisa, o Grêmio foi para cima e podia até ter tido melhor sorte, não fossem as muitas e inomináveis limitações de André Lima, que marcou o gol único aos 43 minutos, mas antes desperdiçou algumas boas oportunidades e perdeu um gol mais que feito com Fernando Henrique já batido. No fim, justo triunfo do time que não sabe o que é derrota há dez rodadas e segue firme na ponta da tabela.

Com a volta dos titulares e a motivação natural pela mudança no comando técnico, a recuperação gremista é possível. O tricolor gaúcho não é time para frequentar zona de rebaixamento.

Silas tem futuro como treinador e pode assumir alguma equipe da Série A ainda em 2010. Mas, definitivamente, não foi feliz em Porto Alegre


Um dos preferidos da torcida, Rospide se põe à disposição do Grêmio














Sem vínculo com nenhuma equipe, treinador diz que receberia convite da direção ‘de muito bom grado’


Com as quedas de Silas e Luiz Onofre Meira após a derrota para o Fluminense, a direção gremista trabalha para definir o novo treinador rapidamente. Em enquete realizada no site clicEsportes, até às 23h deste domingo, o nome preferido pela torcida foi o de Marcelo Rospide, com 27.31% dos votos. O técnico foi seguido de perto por Tite e Renato Gaúcho, com 26% dos votos. Geninho, Beto Almeida, Cláudio Duarte e Mário Sérgio também participaram da enquete.

Rospide se mostrou contente com a lembrança, mas disse que se trata de uma expectativa da torcida e não da direção.

– Fico feliz. É sinal de reconhecimento do trabalho realizado anteriormente. Ser lembrado me coloca como um dos preferidos pelo torcedor. Mas o que importante mesmo é a decisão da direção – disse.

Rospide indicou que aceitaria uma proposta do Tricolor. Sem clube, o treinador comentou que foi sondado por times de todo Brasil, embora não tenha recebido nada oficial.

– Receberia de muito bom grado um convite neste sentido.

Para o treinador, o Grêmio tem tudo para sair dessa situação ruim. Com a derrota para o Fluminense, o time ficou na 18ª colocação do Campeonato Brasil, com 12 pontos.

– É um momento delicado que exige mudanças. A direção está no caminho certo. Tem um bom plantel. Tem tudo para a reverter a situação – acredita.

Em 2009, Rospide comandou o Tricolor após a demissão de Celso Roth e depois da saída de Paulo Autuori. Foram quase três meses no comando do Grêmio como interino – 11 jogos, sete vitórias, dois empates e duas derrotas.

Empresário de Renato Gaúcho despista sobre ida para o Grêmio















Gerson Oldenburg afirma que recebeu ligações do Rio Grande do Sul


O nome do técnico Renato Gaúcho ganhou força na manhã desta segunda-feira para assumir o Grêmio. O treinador não foi encontrado, mas seu empresário, Gerson Oldenburg, despistou sobre a chance do técnico do Bahia comandar o Tricolor gaúcho. Segundo blogueiro, Renato Gaúcho acerta ainda nesta segunda-feira com o Imortal.

- Por enquanto não houve contato, o Grêmio não se manifestou. Recebi algumas outras ligações com o código 51, mas não atendi. Deve ser da imprensa - disse.

Renato vive um bom momento no Esquadrão de Aço: a equipe ocupa a sétima posição na tabela da Série B com 20 pontos, apenas a três do G-4. O empresário acredita que essa situação pode dificultar uma possível ida para o Grêmio.

- O Renato sempre teve o sonho de treinar o Grêmio, apesar de a equipe passar por um momento difícil. Ele está bem na Série B e tem um salário de treinador top. Inclusive, há uma premiação de R$ 1 milhão se o Bahia terminar o campeonato entre os quatro - salientou.

Apesar da questão financeira, Gerson Oldenburg admitiu.

- Ao decorrer do dia, vamos ver. Tem muita coisa para rolar - observou.